sábado, 18 de outubro de 2008

Alvorada

Quis acordar cedo, muito cedo. Queria chegar e ainda encontrar as estrelas lá no céu. Faz frio, muito frio. Acendo o abajur da sala, vou até a cozinha e ponho a água do café para ferver, sem fazer barulho. Abro a porta, sento-me num banco na varanda, e fico ali à olhar. São muitas delas, umas mais brilhantes e outras mais apagadas. Umas parecendo estar mais perto, outras nem tão perto assim. Saber que elas são infinitas, muito maiores do que possamos imaginar e que algumas até já se apagaram é irrelevante nesta hora. Lentamente mudam-se as cores no céu. Preparo meu café, ponho numa xícara qualquer e volto para lá. Sinto vontade de caminhar na praia. Está tão silencioso agora que apenas o som do mar e o canto dos pássaros me distraem. A areia branca, o mar escuro que só se deixa clarear a espuma das ondas, e minha roupa preta. Se qualquer alguém me vir poderá me tachar de maluco, insano, ou outra coisa qualquer, mas eu só queria ver o mar. Eu só queria tentar achar um pouco de paz e voltar. Volto, então, te encontro ainda dormindo. Abro a janela e deixo um pouco de ar entrar. Já está um pouco mais claro, mas ainda escuro. O vento frio te faz encolher-se procurando calor. Sento-me encostado à cabeceira da cama, passo a mão sobre teu rosto tirando os fios claros de cabelo dali. Beijo-te à testa, você sorri procurando uma melhor posição, e dormes. Eu fico a te olhar. Vejo que encontrei minha paz nos braços teus. Teu sorriso é a maior prova de minha felicidade, e entenda minha tranqüilidade como a maior resposta a teu amor.

Nenhum comentário: