sábado, 27 de setembro de 2008

Desde já

Segundo andar, somente som da chuva batendo no telhado e passos apressados no andar de baixo, e ali nós dois. Felipe, agora sei seu nome. Agora tenho seu número. Reencontrei você, e talvez esteja perto de descobrir o motivo por eu querer tanto te encontrar de novo. Somos parecidos, em quase tudo. Agora, resta-me encontrar coragem para ligar pra você, arrancar a mesma coragem que tive em falar com você, daqui de dentro. Falar qualquer coisa. Perguntar qualquer coisa, inventar qualquer desculpa para te ver.Pensei em tudo que vou dizer, perguntar. Não há motivos para inquietação, está tudo esboçado.

(...)

-Alô? - ouvi sua voz e a uma música ao fundo ,ambas calmas; esqueci tudo que eu havia ensaiado dizer,e calma, era algo que não havia em mim, naquele momento.
-Felipe?
-Sim, quem está falando?
-Melissa. De ontem a tarde, na biblioteca.
-Ah, sim. Achei que não ligaria.
-Confesso que quase desliguei quando ouvi o seu 'alô'.
-Porque?
-Não sei, timidez.Esqueci tudo o que iria dizer.
-Ah, deixa que as palavras saiam naturalmente.
-Sim... Hã, você estava ocupado?
-Não. Estava pensando, ouvindo música.
-'Primeiro Andar'
-Adivinhou.
-Ouvi quando você atendeu, gosto dessa banda.
-Mais um ponto em comum.
-Andou pensando nisso também? Quero dizer, no quanto somos parecidos?
-Estava pensando nisto, na verdade.
-Então, estávamos sincronizados. Conte-me, aonde você vai, todos os dias quando passa aqui perto ?
-Lugar nenhum, estou só indo, gosto de andar por aí. Mas sempre sei que passo por aí.
-Amanhã, quando passar, pare aqui pra conversarmos um pouco?
-Tudo bem.
-Então, nos vemos amanhã.
-Certo. Até amanhã Melissa.
-Até Felipe.

(...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Simplesmente lindo o blog de vcs!! *.*

Estou fascinada com os textos; entro sempre pra ver se tem algo novo ;D

Vcs estão de parabéns;
beeeijo