quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Olhos oblíquos
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Espera.
Lembro bem daquele dia
Olha como você sorria, amor
Lembro daquelas tardes todas
Que ficavamos ali sem ter o que fazer
Falando bobagens
Vendo a noite nascer
Com você eu gasto todo o tempo do mundo
Estar contigo me faz bem
Me faz sorrir, me faz querer nunca me afastar
Eu nunca quero me afastar de ti
É difícil te olhar tão perto e nada sentir
Mais difícil é me limitar
E não dizer todas as coisas que sinto
Como você entenderia o meu "eu te amo"?
O que você faria se eu te disser que amo tanto?
Vamos esperar a hora certa, amor
Vou te esperar o tempo que for
Se você disser que volta
Eu vou esperar, amor
sábado, 13 de dezembro de 2008
Ana Alice - II
Quando Ana quis sair pra ver o sol
Ela quis esquecer o que te fez lembrar
Que na verdade ela não o esqueceu
Era quase tarde demais
Quando Ana parou pra tomar um café
Numa esquina qualquer
Ela esperou o sol cair no mar pra voltar
Ana pede um alguém perfeito
Ana quer alguém sem defeitos
Era cedo demais
Quando Ana chegou em casa e quis deitar
E ligar bem baixo o rádio
Ouvir uma canção boa pra cantar sozinha
Ela se sentia só demais
E agora, no frio que faz
Ana só queria aquele alguém pra te esquentar
Ela só queria alguém pra conversar
Ana sonha com um alguém perfeito
Ana espera por um alguém sem defeitos
Mas o que ela não sabia
É que ninguém esse alguém jamais viria
E quando abrisse os olhos
Lá ele não estaria
Ana se apaixonou por alguém perfeito
Ana se apaixonou por um alguém que nunca viu direito
sábado, 8 de novembro de 2008
Sonhos
domingo, 26 de outubro de 2008
Manhãs de Outubro.
Eu me preocupo com você. Eu penso em nós dois enquanto cruzo a cidade no ônibus lotado. Crio pequenos versos. Mas você ainda não sabe.
Você não diz nada. Mas falam por você. E eu não sei se posso acreditar. Eu não sei se devo acreditar. Mas acredito em algumas coisas. E na medida do possível, me esforço pra que possa dar certo.
E mais que isso, me esforço pra que juntos possamos sorrir. Só. Eu e você.
sábado, 25 de outubro de 2008
15 de abril.
sábado, 18 de outubro de 2008
Alvorada
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Papéis que não perdem a cor.
Aos sábados, à tarde, eu poderia tocar as músicas que venho fazendo pra ti. E mesmo sem saber cantar muito bem, acho que irias gostar.
Andar de mãos dadas por aí (e por aqui). Sorrindo, cantando, e contando sonhos. Talvez você nem acreditasse quando descobrisse que desde aqueles dias (e madrugadas) tão distantes, que falávamos sobre qualquer coisa pra passar o tempo, que desde aqueles dias eu carrego sonhos comigo. E na maioria deles, você está.
Poderíamos ser felizes se quiséssemos.
Eu poderia escrever mais textos pra você. E só pra você. E nesses Domingos de tédio, poderíamos ler todos eles. Juntos. Eu te mostraria meus livros rabiscados. E todos aqueles parágrafos que enquanto lia, pensava em nós dois.
Eu tenho um montão de coisas guardadas aqui comigo. Que eu gostaria imensamente de dividir com você. É só você querer. E se quiser, seremos felizes.
Se você quiser.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Promovendo o Desapego
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Cinza
Ele nunca soube, que todas as cartas na última gaveta eram pra ele. Ele sempre as via sendo escritas, e nunca questionou o endereçamento. Talvez, eu soubesse que ele temia a resposta, e não saberia como lidar com a condição, como todas as vezes. E talvez ainda, foi isto que me fez perceber que ele era parecido comigo neste ponto, o ponto que eu mais odiava em mim. Minha covardia em relação a expor o que eu sentia, se refletia nas cartas, e a dele, com medo de não ser capaz de lidar com o que poderia vir a ser exposto, ignorava todas as palavras rabiscadas sob pouca luz, nas minhas madrugadas de insônia. E as cartas se acumulavam. E a gaveta ficou pequena. Encher outra gaveta, não adiantaria em nada. A gaveta não sabia ler, a gaveta não era o destinatário. Ele nunca saberá o que estava escrito naquelas cartas antes brancas ou amareladas, e agora, todas em cinzas, espalhadas na grama úmida pelo orvalho, e por uma última lágrima de ressentimento.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Sobre estar só.
sábado, 27 de setembro de 2008
Desde já
Segundo andar, somente som da chuva batendo no telhado e passos apressados no andar de baixo, e ali nós dois. Felipe, agora sei seu nome. Agora tenho seu número. Reencontrei você, e talvez esteja perto de descobrir o motivo por eu querer tanto te encontrar de novo. Somos parecidos, em quase tudo. Agora, resta-me encontrar coragem para ligar pra você, arrancar a mesma coragem que tive em falar com você, daqui de dentro. Falar qualquer coisa. Perguntar qualquer coisa, inventar qualquer desculpa para te ver.Pensei em tudo que vou dizer, perguntar. Não há motivos para inquietação, está tudo esboçado.
(...)
-Alô? - ouvi sua voz e a uma música ao fundo ,ambas calmas; esqueci tudo que eu havia ensaiado dizer,e calma, era algo que não havia em mim, naquele momento.
-Felipe?
-Sim, quem está falando?
-Melissa. De ontem a tarde, na biblioteca.
-Ah, sim. Achei que não ligaria.
-Confesso que quase desliguei quando ouvi o seu 'alô'.
-Porque?
-Não sei, timidez.Esqueci tudo o que iria dizer.
-Ah, deixa que as palavras saiam naturalmente.
-Sim... Hã, você estava ocupado?
-Não. Estava pensando, ouvindo música.
-'Primeiro Andar'
-Adivinhou.
-Ouvi quando você atendeu, gosto dessa banda.
-Mais um ponto em comum.
-Andou pensando nisso também? Quero dizer, no quanto somos parecidos?
-Estava pensando nisto, na verdade.
-Então, estávamos sincronizados. Conte-me, aonde você vai, todos os dias quando passa aqui perto ?
-Lugar nenhum, estou só indo, gosto de andar por aí. Mas sempre sei que passo por aí.
-Amanhã, quando passar, pare aqui pra conversarmos um pouco?
-Tudo bem.
-Então, nos vemos amanhã.
-Certo. Até amanhã Melissa.
-Até Felipe.
(...)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Timidez
- Ei, ei! Espere ai você! - ela disse, enquanto eu me virei assustado para saber o que seria.
- Oi? - respondi calma e friamente, tentando esconder a timidez.
- Você não é o garoto que estava sentado na praça naquele dia?
- Hã?...Me desculpa, mas acho que não. - menti.
- Era sim, eu sei, lembro-me bem de ti.
- É, você me parece familiar.
- Tá vendo?! Você lembra. Estranho nos encontramos tanto assim, não?
- [risos] É sim, um pouco estranho. - digo e calo-me deixando o silêncio dominar o andar.
- Me diz então, qual teu nome?
- Meu nome? É..é...
- Esqueceu teu nome? [risos]
- Não, não. É Felipe meu nome. Desculpa, sou tímido.
- Deu para perceber. Sempre calado, com os fones no ouvido e as mãos no bolso. O que tu tanto ouve?
- Ah, umas bandas aí, meio desconhecidas.
- Ah, vai, me diz, quem sabe eu não ouço também. O que é? Você é mais rock? Nirvana? Ramones? Mais calmo como Lennon? McCartney?
- Mais calmo, mas nem tanto beatles, mas gosto sim. Estou ouvindo bandas inglesas, algumas nacionais, coisa pouca.
- Você não gosta muito de conversar, não é?
- Ah, até gosto, mas é que estou atrasado.
- Podemos conversar depois?
- Sim, sim. Pega, meu número.
- Pronto, anotei. Depois te ligo.
- Ok, ok. Agora deixa eu ir.
- Certo.
- Tchau.
- Tchau... Ah, por acaso, meu nome é Melissa.
- Melissa? Certo, certo, até depois Melissa.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Em meu lugar
Ontem, fez uma semana que estive com você, na nossa solidão, não tão solitária quanto pensávamos. Queria te ver hoje, e te contar o sonho que tive. Foi tudo confuso e quase sem definição, para quem vê de fora. Mas eu pude ver, nitidamente seus olhos, e você caminhando ao meu encontro. Os fones de ouvido, desta vez estavam em seus lugares; e eu podia ouvir a música que saia deles, claramente. Era Coldplay. In my place. O ambiente era calmo, tranqüilo, e toda aquela paz se transmitia em seu olhar. Você chegou perto, me pegou as mãos e no sentamos em meio ao gramado. Lá, você cantou, até eu dormir. Quando acordei, você estava indo, ao longe, e a música tinha cessado, quando eu lhe pedi que ficasse comigo, você apenas disse, que “nosso caso,era o tempo passar." Foi então que acordei, com um sorriso bobo no rosto, e cantarolando a trilha do meu devaneio, caminhei até a janela, onde pude ver você, ao longe, passando pelo mesmo lugar, afastado, distante. Hoje, eu vi seu olhar pousando na minha janela, por um breve instante, lá de longe. Amanhã a gente se vê, do mesmo lugar, na mesma hora, assim que eu acordar do novo sonho que terei com você.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Sereníssima
-Tempo ruim, né?
-É...vai chover.
(...)
Teu Mundo
- Dessa vez foi de repente, não?
- É, foi sim. Estranho o tempo nesta cidade.
- Você também acha? Você não é daqui, é?
- Não, não sou. Minha família mudou-se para cá semana passada.
- Quer dizer que você está na cidade faz pouco tempo?
- É, viemos por causa da violência da cidade onde morávamos. Meus pais acham que lá pode ser perigoso demais para eu e meu irmão. E também por conta do emprego dele, foi transferido. Prefiro minha cidade...
- Ah, aqui não é tão ruim assim...
- Não acho. Aqui não tem nada. Poucas pessoas, poucos lugares para sair, o clima é inconstante... Além do mais só tem velhinhos jogando xadrez nas praças, para mim as únicas coisas legais aqui.
- [risos] É, aqui é bem calmo mesmo. Por isso gosto daqui.
- Você deve ser louco [risos].
- Com o tempo você se acostuma.
- NÃO! Nem me fale em acostumar-se, quero ir embora o mais rápido possivel.
- Mas você não disse que veio por conta do trabalho de teu pai.
- É, foi, estou quase perdendo as minhas esperanças.
- Onde tu tá morando?
- À duas quadras daqui.
- Vamos, vou contigo até lá. É melhor apressarmo-nos antes que volte a chover.
- Certo, mas só estou aceitando por conta do guarda-chuva, não quero me molhar.
- [risos] Que seja, vamos.
Caminhavamos as duas quadras quando comecei a cantarolar baixo uma canção qualquer...
- Que música é esta? - perguntou ela.
- Ah, nenhuma.
- Vai, diz qual é para ver se eu conheço.
- Acho que não, nunca conheci ninguém que conhecesse.
- Diz logo qual é...
- "Teu Mundo".
- Hã?
- Não disse que tu não conhecia.
- É Dois de Março quem canta.
- Nossa, tu conhece.
- Tanto a música quanto você. Não foi você quem estava naquela praça na terça-feira?
- Nossa, e eu achando que você não lembrava de mim.
- Ah, não tinha reconhecido, mas depois me lembrei sim.
- Desde aquele dia estava querendo saber qual era teu nome.
- Vamos fazer assim, se você adivinhar nós saímos hoje à noite, já que você é a única pessoa que conheço aqui.
- Ok, certo. Fechado!
- Vai, que nome tu acha que tenho.
- Deixa eu ver...é...bem... Alana ?
- [risos] Nossa, um nome diferente. Mas não, não é Alana não.
- E qual é?
- Hoje à noite na Praça do Jardim eu te digo. Às 20h.
- Ah, diz.
- Não, tenho que ir, moro aqui.
- Só o primeiro nome.
- Até às 20h.
- Tchau.
- Tchau.
Mas se isso não acontecer, mesmo assim, ainda será bom demais. É o bastante pra mim. E lembra que isso foi só um sonho, só mais um sonho à dois.
domingo, 14 de setembro de 2008
De onde vem a calma
Caminhei enquanto cantarolava canções para alguém que não podia ouvir. Lentamente, sentei-me no gramado de uma praça. As músicas acabavam ,e se repetiam. Anotações preenchiam as páginas antes em branco do caderno estendido no gramado, estava ali envolvida com a solidão que eu queria.
Seu celular tocou; você, agora com os fones de ouvido caídos sobre sua blusa clara, olhava calmamente o vento que levava uma das folhas ao seu lado para longe, e você não se preocupou em buscá-la. Prendi minha atenção em você, involuntariamente.
A praça estava deserta agora, exceto por nós dois. Perguntei-me se você havia acordado com o mesmo desejo de estar só, enquanto esboçava a sua imagem para mim.
Se fosse isso, nos enganamos, enquanto achávamos estar sós, mas estando ali ao acaso, solitariamente juntos.